a tradição das visitas técnicas

No inverno de julho de 1945, quando as moças e senhoras costumavam usar chapéus em roupas de passeio e os homens trajavam ternos à rua, a turma do Curso de Museus do Museu Histórico Nacional/RJ excursionava para a cidade de Ouro Preto em Minas Gerais. O grupo de 19 pessoas veio de trem numa viagem que durou 16 horas. Durante a permanência de uma semana visitaram também as cidades de Mariana, Congonhas do Campo e o então arraial de Ouro Branco.

Passados 68 anos, o Curso de Museologia da UFOP mantém a tradição das visitas técnicas iniciada pelo Curso de Museus. Todo semestre o DEMUL se reúne para discutir e aprovar os roteiros de viagens das disciplinas que possuem visitas previstas em suas ementas. Em geral, os estudantes organizam a hospedagem, na busca de conforto, higiene, bom preço e localização. Os professores, claro, responsabilizam-se pela elaboração dos roteiros detalhados, agendamentos, relatórios posteriores, avaliações e ainda por todo o aspecto operacional de deslocamento.

Em meio à transitoriedade do mundo contemporâneo as visitas técnicas permanecem uma boa tradição que nos orgulhamos em manter devido à sua importância como recurso pedagógico.

Este blog cumpre, pois o objetivo final de avaliar os estudantes em suas visitas aos museus. Suas postagens são registros, narrativas e leituras da experiência vivida, um diário coletivo, dinâmico, crítico, quiçá, divertido.

Tenham todos uma boa leitura e uma boa viagem!

Prof.ª Ana Audebert


sábado, 8 de fevereiro de 2014

Recife: uma viagem subjetiva - por Cristiana Barroso




Evocação Do Recife

Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois
Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado
e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê
na ponta do nariz
Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras
mexericos namoros risadas
A gente brincava no meio da rua
Os meninos gritavam:
Coelho sai!
Não sai!

Manuel Banderia
(o poema não está na íntegra pois é muito longo. Caso alguém se interesse segue link http://opovonalutafazhistoria.blogspot.com.br/2011/06/evocacao-do-recife-manuel-bandeira.html



Recife é um município e capital do estado de Pernambuco, no Brasil. Pertence à Mesorregião Metropolitana do Recife e à Microrregião do Recife. Muitas são as referências dadas à Recife, como Veneza Brasileira, Florêncça dos Trópicos, Cidade Mauricia e, a mais interessante, Capital Brasileira dos Naufrágios e Cidade Maguetown. Percebe-se por aí a multiplicidade de visitantes da querida Recife.
Há muitos lugares dignos de visita na cidade de Recife, seria necessário mais do que um final de semana para conseguir, pelo menos, os principais pontos turísticos conhecer. Portanto a visita restringiu-se à uns poucos museus: Museu do Homem, Instituto Ricardo Brennand, Oficina Francisco Brennand, Museu do Homem do Nordeste e por último o Museu do Mamulengo em Olinda, além de passeios pela cidade, praia de Boa Viagem, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e, ainda um passeio de bicicleta, pela ciclovia, até o Recife antigo (marco zero) com direito a travessia de barco para a praia de Boa Viagem.


foto: Cristiana Barroso
Instuto Ricardo Brennand – Museu Castelo São João. Um lugar muito interessante de propriedade do colecionador Ricardo Brennand. Sabe-se que sua coleção se iniciou quando ainda menino com canivetes e outras armas brancas de todo tipos. 

Após longos anos fundou o instituto, reunindo todas essas peças e, muitas outras acumuladas ao longo dos anos, formando uma instituição sem fins lucrativos.  Ricardo Brennand possui obras de toda espécie, um verdadeiro gabinete de curiosidades moderno. O instituto possui uma área de 77.000m². As obras estão espalhadas, tanto à céu aberto, quanto no palácio pelos corredores, salas e grandes salões. O museu de arte Castelo São João é uma réplica de castelo medieval com paredes grandes espessas e maciças, além de outras características inspiradas no estilo Tudor1. O castelo abriga peças provenientes da Europa, Ásia, América e África (séculos XV e XXI).  


foto: Cristiana Barroso
A coleção vai de Pintura, brasileira e estrangeira, Armaria, Tapeçaria, Artes Decorativas, Escultura e Mobiliário. Destaque para a maior coleção privada do pintor holandês Frans Post. Interessante citar que quase nenhuma obra possui etiqueta sobre o autor ou sobre sua procedência, com exceção das obras de Frans Post. O Instituto também não tem trabalhos de mediação ou ação educativa, ou seja, um local apenas para deleite e curiosidade. O museu de Armas Castelo São João abriga a maior coleção de armas brancas de estilo medieval do mundo. Durante o passeio no castelo, fica a impressão de estarmos dentro de um filme medieval com tantas armaduras, adagas, espadas e todo tipo de arma branca imaginável.  
Além, das obras de arte o instituto abriga também uma biblioteca com vasto acervo em História do Brasil-holandês, opúsculos (pequena obra de ciência, literatura e arte), periódicos, partituras, discos, forografias, albúns iconográficos e obras raras. São obras dos século XVI ao XX. 
O instituto Ricardo Brennand é com certeza um local para apreciação!!

foto: Cristiana Barroso
Oficina Francisco Brennand.
Trata-se de um museu aberto muito parecido com o Centro de Arte Contemporânea Inhotim. O local anteriormente pertenceu ao pai de Francisco Antiga fábrica de tijolos e telhas. As obras estão espalhadas pelo conjunto arquitetônico monumental da antiga olaria, que segundo ele está em constante processo de mutação, sua obra se associa à arquitetura para “...dar forma a um universo abissal, dionisíaco, subterrâneo, obscuro, sexual e religioso” (BRENNAND). O artista possui um trabalho original e “...contínuo de criação que confere à Oficina um caráter inusitado, identificando-a como uma instituição intrinsecamente viva e com uma dinâmica que torna imprevisíveis os rumos da arquitetura e da obra” (BRENNAND). A oficina surgiu em 1971 nas ruínas de uma olaria do século XX. Nenhuma das obras possui etiquetas explicativas, o local também não conta com mediadores, senão, para deficientes visuais. Durante a visita foi possível observar uma mediação neste sentido. Praticamente todas as obras podem ser tocadas, raras exceções, das obras que não podem ser tocadas ou fotografadas.
foto: Cristiana Barroso
Francisco Brennand pertence à mesma família que o colecionador Ricardo Brennad. Este ao contrário de seu parente "coleciona" apenas obras de sua autoria. Além das esculturas, o artista também trabalha com pinturas, dentro deste mesmo local há um salão que abriga a coleção de pinturas de várias técninas, infelizmente não é permito fotografar as pinturas. Segundo funcionários da Oficina o Sr. Francisco tem grande apego à suas obras e não faz nenhuma questão para que sejam vendidas. Na loja as compras são feitas apenas em dinheiro não facilitando a venda das mesmas. Percebe-se que a Oficina não conta com apoio financeiro de nenhum patrocinador. Durante a visita tive o privilégio de conhecer o Sr. Francisco Brennand pessoalmente. 
 



foto: Cristiana Barroso
Museu do Homem do Nordeste: Museu constituído de artefatos da herança cultural da formação do povo nordestino. Segundo informações, trata-se do mais importante museu antropológico do Brasil.Foi fundado em 1979, pelo sociólogo, Gilberto Freyre e, está ligado à Diretoria de Documentação da Fundaj. Embora seja dito que o museu possui cerca de 20 mil peças, fica a impressão de faltar algo para se ver.  Artefatos indígenas, por exemplo, há pouquíssimos. 


foto: Cristiana Barroso

O mesmo acontece com a vitrine dos orixás. Somente na parte religiosa há um acervo mais consistente. O museu conta com ação educativa e toda a documentação do acervo está em perfeita ordem.  




Museu do Mamulengo – Espaço Tiridá:  
foto: Cristiana Barroso
O museu reúne cerca de 1.200 bonecos antigos e contemporâneos. Através dos bonecos é possível perceber o universo e linguagem lúdica própria da região. Os bonecos retratam a estrutura histórica, social e política da região através de personagens exóticos, que foram eternizados pelas mãos habilidosas dos “mestres mamulengueiros”. Trata-se do primeiro museu de bonecos populares do Brasil e da América Latina.
A maioria dos bonecos eram vendidos como peças de decoração, pois os mestres nem sempre eram reconhecidos ficando assim os bonecos nas mãos de parentes que acabavam por vende-los. A visita ao Museu do Mamulengo é muito rica, o acervo é muito expressivo e consistente. Há bonecos de toda a espécie desde Lampião à padres.  


foto: Cristiana Barroso
A visita é feita com mediação onde cada parte do acervo é explicada de acordo com sua história. Segundo, informações obtidas no próprio museu, a documentação do acervo está regularizada, embora não possua um museólogo atuando no local, toda a documentação foi feita de acordo com os parâmetros da documentação: inventário, catalogação, marcação, etc. 
O Museu do Mamulengo, com certeza, deve ser visitado por todos que passam por Olinda.





 
Esculturas 
de Francisco Brennand
Atração Turística Local 
Aos domingos a partir das 7h da manhã saindo de pontos específicos de Recife a prefeitura disponibiliza ciclo faixa móvel de turismo e lazer, que liga a zona Norte e Sul da cidade, com aproximadamente 20 km para passeios. 
O trajeto conta com várias atrações dentre elas Museu do Estado, Câmara Municipal de Recife, Faculdade de Direito, Teatro Sta. Isabel, Palácio do Campo da Princesa, Palácio da Justiça (ambos locados em edifícios históricos maravilhosos) todos fechados para visitação aos sábados/domingos.





Feira Japonesa de artesanato e culinária
No Recife Antigo 5percebe-se um descaso coma as edificações históricas poucos estão conservados e ocupados.  
A prefeitura de Recife, atualmente, investe em eventos para que o local seja novamente ocupado. Atrações como, : música, dança, culinária, artesanato e apresentação de cosplay, tem sido uma das alternativas para uma reapropriação do Recife antigo. Ao lado imagem da Feira japonesa.




Exposição: Cidade em Tiras.
foto: Cristiana Barroso
Além da feira é possível visitar exposições no prédio da Caixa Econômica Federal, como por exemplo, exposição - CIDADE EM TIRAS: A Metrópole Brasileira Através das Histórias em Quadrinhos do cartunista Laerte, que como o próprio nome diz, retrata a cidade de São Paulo através dos personagens em quadrinhos: temas como o sexo, as drogas, os crise dos relacionamentos, as dificuldades no mundo do trabalho, a criminalidade urbana, a volta ao regime democrático, a ecologia entre outros temas fizeram história na década de 80. A cidade de São Paulo com pano de fundo é outro objeto explorado pelos cartunistas. 

Artesanato local.
foto: Cristiana Barroso


Em frente ao prédio da caixa Econômica pode-se visitar o centro de Artesanato de Pernambuco, com objetos feitos por artesão locais. O centro de Artesanato de Pernambuco fica na Praça Rio Branco no Marco Zero6. Ao lado temos o Rio Capibaribe.





Antes de encerrar minha trajetória por Recife, deixo aqui algumas imagens das ruas de Olinda, onde a arte está presente nos muros das ruelas e escadarias! Olinda faz parte da Região Metropolitana de Recife.   

foto: Cristiana Barroso

foto: Cristiana Barroso


1 O estilo Tudor, em arquitetura, é o último desenvolvimento da arquitetura medieval durante o período Tudor (1485–1603) e até mesmo posteriormente, por patronos conservadores. Ele seguiu o estilo perpendicular e, embora seja substituído pela arquitetura elisabetana na construção doméstica, o estilo Tudor ainda se manteve no gosto inglês, inclusive nas universidades, como as de Oxford e Cambridge, onde continuam a ser realizadas obras no estilo Tudor que remontam os primeiros tempos do neogótico. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Estilo_Tudor. Acessado em 31/0114.




2 O rio Capibaribe é um curso d'água do estado de Pernambuco, no Brasil. Seu nome é originário da língua tupi e significa "no rio das capivaras", através da junção dos termos kapibara (capivara), y (água, rio) e pe (em) .Nasce na Serra de Jacarará , no município de Poção. Antes de desaguar no Oceano Atlântico, passa pelo centro da cidade do Recife.Possui 240 quilômetros de extensão e sua bacia, aproximadamente 5 880 quilômetros quadrados. Possui cerca de 74 afluentes e banha 42 municípios pernambucanos, entre eles Toritama, Santa Cruz do Capibaribe, Salgadinho, Limoeiro, Paudalho, São Lourenço da Mata e o Recife. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Capibaribe. Acessado em 29/01/14.


3 O Poço da Panela é um bairro de classe média de Recife que se localiza na zona norte da cidade.2 Possui uma área territorial de 87 hectares, uma população residente de 4.006 pessoas e uma taxa geométrica de crescimento anual de 0,45.3 O Poço da Panela (Poço) faz fronteira com os bairros de Casa Forte, Casa Amarela, Santana, Iputinga, Cordeiro e Monteiro, além de ser banhado pelo Rio Capibaribe. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Po%C3%A7o_da_Panela. Acessado em 31/01/14.


4 Casa Amarela é um bairro da cidade do Recife. Localiza-se na região norte. É um dos mais populosos da cidade, famoso pela seu mercado popular, feira-livre, forte comércio e intenso tráfego de pessoas diariamente. É o maior colégio eleitoral da capital pernambucana. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_Amarela_%28Recife%29. Acessado em 31/01/14.


5 Recife é um bairro da cidade do Recife (a capital do estado de Pernambuco), correspondente ao centro histórico conhecido como o Recife Antigo.Em seu ponto mais oriental, no porto, situa-se a Praça Rio Branco – o Marco Zero1 , margeada pelo Oceano Atlântico.



6 Marco Zero é o local em que Recife nasceu, serve como ponto principal das estradas de Pernambuco.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Esse vídeo fala um pouco sobre como foi a visita técnica ao Rio de Janeiro pela disciplina Museus no Mundo Contemporâneo

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A Princesa das Bolinhas

"A região do lobo pré-frontal do cérebro (atrás da testa) é responsável por regular a aceitação das regras sociais e a avaliação dos perigos. É ela que alerta para infrações, que impede que nos envolvamos em situação de risco elevado, que faz com que respeitemos as normas legais." ou seja a alteração dessa área do cérebro podem levar a decisões de vida mais audaciosas, assim como a comportamentos autodestrutivos, a determinadas patologias (como psicopatia, esquizofrenia e transtorno obsessivo compulsivo) e também a um aumento da criatividade. Ou a várias dessas coisas ao mesmo tempo. 
A artista Japonesa Yayoi Kusama sofre de transtorno compulsivo obsessivo e alucinações desde a infância e desde cedo seus transtornos mentais se traduziam em arte e em uma visão bem peculiar das coisas. Hoje com 84 anos, Kusama vive em uma instituição psiquiatra em Tokyo a mais de 30 anos, Kusama é considerada um dos nomes mais renomados entre os artistas contemporâneos, A artista ganhou sua primeira exposição individual em no Brasil de doze de dezembro de 2013 a 20 de janeiro de 2014, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na retrospectiva “Obsessão infinita”.


A artista, obcecada por bolinhas transpõe em suas obras a sua "loucura", no entanto podemos dizer que ela aceita aquilo que todos tentamos esconder, ela projeta em suas obras seus transtornos e transformou em arte o que geralmente julgamos ser "doença". A exposição traduz o mundo da maneira como Kusama o enxerga. Seria , então, essa a forma correta de vê-lo ou é simplesmente uma maneira peculiar de fugir a realidade? Kusama transformou sua doença em arte e dessa forma conseguiu fugir de um possível suicídio. isso porque a artista nasceu em uma família tradicional japonesa, na época das guerras quando a repressão era ilimitada. em 1957 Kusama mudou-se para os Estados Unidos, onde conheceu diversos artistas e continuou a desenvolver sua arte que embora seja um trabalho de uma vida toda, apenas recentemente vem ganhando espaço no mundo. 
E você, qual a sua obsessão?
visite também o site do CCBB:

Mídias de Geolocalização como formadora de Opinião - Experiências de um visitante virtual e suas escolhas de espaços a serem visitados através do Foursquare.

Por: André L.S.Paulo 
Graduando em Museologia 
alspmg@hotmail.com

Como aluno matriculado na disciplina MUL-106 Museus no Mundo Contemporâneo do Curso de Museologia da Universidade Federal de Ouro Preto, fui incumbido de realizar análises sobre alguns museus da cidade do Rio de Janeiro, contudo, estas foram realizadas através do mundo virtual, pela impossibilidade deste que lhes fala estar em loco realizando a atividade.
Fonte: Google Imagens

Pois bem, inicialmente a minha intenção era analisar os sites institucionais dos espaços e através destes, criar um discurso sobre a atuação dos Museus e de que forma este meio de comunicação utilizado por eles poderia influenciar na opinião do público visitante.  Entretanto observei, ao longo das análises que apenas isso não seria suficiente para a formação de uma avaliação completa, pois além dos sites apresentarem apenas um discurso montado e totalmente institucionalizado, quer dizer, apenas a visão da instituição sobre si própria e aquilo que ela quer passar para o publico, não conseguia extrair dali a opinião popular, uma vez que estes suportes não permitem isso. Não existem nos sites campos onde os visitantes podem deixar seus comentário elogios e sugestão. Percebi então com a utilização da plataforma Androide, especificamente o aplicativo Foursquare que a minha interação com o público visitante seria bem mais próxima possibilitando assim um maior entendimento de que forma estes museus estão sendo vistos pelas pessoas que já passaram por eles, e com base nisso analisar de que forma como estas opiniões poderiam influenciar em minhas escolhas.

O que é este tal de Foursquare e como ele funciona? E de que forma ele pode influenciar ou auxiliar você na escolha dos espaços a serem visitados fisicamente. Você deve estar se perguntando. E a resposta é a seguinte, a Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Foursquare) define o Foursquare como “uma rede social e de microblogging que permite ao utilizador indicar onde se encontra, e procurar por contatos seus que estejam próximo desse local. O aspecto lúdico vem do fato de ser possível acumular distintivos relativos a lugares específicos, um pouco como os autocolantes dos anos 70. A aplicação funciona em iOS, Android, Windows Phone, Blackberry e Symbian. Os mapas utilizados pelo Foursquare são provenientes do OpenStreetMap .”


O site Tecmundo - Descubra e aprenda tudo sobre tecnologia (http://www.tecmundo.com.br/gps/4092-o-que-e-a-rede-social-foursquare-e-quais-as-vantagens-dela-.htm), explica o funcionamento do Foursquare da seguinte maneira “Para usar o Foursquare você precisa ter uma conta no site, um celular e gostar de explorar o que está ao seu redor. A primeira coisa, portanto, é baixar o aplicativo em seu aparelho, disponível para Android, iPhone, Palm e Blackberry. Se você não tem um smartphone e mora nos Estados Unidos, pode usar mensagens de texto também. Assim que você estiver em absolutamente qualquer local (seja parque, museu ou supermercado, por exemplo) basta fazer o chamado “check-in”. Ao fazer isso, sua posição vai para a rede social do serviço, Twitter e Facebook (se você os adicionou à sua conta) e todos podem saber exatamente o local em que você está, com indicação no mapa junto ao endereço e opiniões a respeito. Se o local não existir ainda no Foursquare, você pode adicioná-lo.
Da mesma forma que todos podem ver onde você está, é possível acompanhar o itinerário de seus amigos e ver por onde eles andam. Cada um que usa o serviço é capaz de adicionar seus locais preferidos em um “Top 12”.
Fonte : Foursquare 
A minha análise procedeu da seguinte forma, foram indicados pela Profa. MSc. Ana Cristina Audebert sete museus. São eles: Portal Arqueológico dos pretos novos, Museus Nacional de Belas Artes, Espaço cultural da Marinha, Centro cultural Banco do Brasil, Museu de Arte do Rio, Museu da Maré e Museu da República. Pesquisei quais destes tinham uma localização já criada no Foursquare e a partir disso selecionei os três mais bem pontuados no aplicativo para análise. As instituições selecionadas foram o Museu Nacional de Belas Artes, Centro Cultural Banco do Brasil e Museu da República. Feito isso, li algumas dicas positivas e negativas dos locais, além de fotos, vídeos e etc. que pudessem me auxiliar na escolha. Segue uma tabela comparativa e ilustrativa sobre as três instituições. 

Nome da Instituição
Numero de Chek-ins
Nota
Comentários Positivos
Comentários Negativos
Centro Cultural Banco do Brasil
25.613
9,7
“Centro Cultural Banco do Brasil: viagem no tempo no centro do Rio. Mesmo sem nenhuma exposição acontecendo, vale entrar no prédio pra sentir o cheiro de café se espalhando no foyer de mármore cremoso.”         Por: (Fabiana M.- https://pt.foursquare.com/fabianamotroni )
“Sinalização ruim, informações também não são muito bem prestadas mas as exposições sãode ótimo gosto e o acervo da casa também compensa !” Por (Monalisa M. - https://pt.foursquare.com/user/12484409)
Museu da República
2.740
9,2
“O acervo permanente do Museu é muito interessante. Mas mais ainda é a exposição "A Res publica brasileira", sobre a república no Brasil. Exposição completa e perfeitamente organizada.” Por: (Gabriel J. - https://pt.foursquare.com/gabrieljusto )

“Nao consegui entrar porque esta tendo filmagens. Um absurdo! Filmem durante a semana” Por: (Solange P. - https://pt.foursquare.com/solangeplacona)
Museu Nacional de Belas
3.347
9.0
“O museu é lindíssimo, as exposições maravilhosas e os seguranças são super educados e gentis. Pode também fotografar, o que é bem legal” Por : (Ana Carolina C. - https://pt.foursquare.com/user/69992923 )
O descaso para com as obras e a estrutura do museu é revoltante. E o ar condicionado não funciona. Retrato da cultura carioca e brasileira. Muito triste. Por: (Natalia G. https://pt.foursquare.com/user/20764572)


Fonte: Foursquare 
Com base neste comparativo e demais informações, encontradas nas páginas oficiais do Foursquare dos três espaços selecionados, para uma visita física eu escolheria o Museu da República, pois este, segundo comentários e fotos, é portador de uma incrível beleza, natural e patrimonial, além de sua exposição me despertar um interesse maior.
Concluo com todo este processo, que cada vez mais, as redes sociais são grandes formadoras de opiniões, e que as instituições devem se adaptar a estas novas ferramentas para o seu desenvolvimento e maior contato com o publico. Percebe-se que cada vez mais as pessoas procuram informações das instituições antes de visita-las e com isso é cada dia mais importante que estas contem com sites atualizados e com informações claras.  Neste cenário as mídias sociais devem ser encaradas pelos museus como uma ponte que facilite seu relacionamento com seus visitantes, estreitando as relações ente ambos, afim de investigar como estas relações são vistas popularmente. Talvez esta seja uma nova forma de pesquisa de publico, assim com grandes organizações já utilização para montar as suas estratégias de marketing.






terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Assim como as apropriações cariocas me aproprio do título: "Vazio de nós"

    A ida ao Rio nos proporcionou novos olhares da cidade maravilhosa. Podemos dizer que de maravilhosa mesmo encontramos muito mais uma maquiagem forjada por turistas e governantes, do que realmente em suas políticas para as populações.
    Chegamos numa época em que as belas praias, que sim são maravilhosas, se tornavam cenários de guerra urbana entre os consumidores da zona sul e os que desejam se apropriar dos espaços que são de direito dos moradores de outras áreas cariocas.
    Para além das notícias de jornal que assustam ao resto do país, pudemos perceber em vários dos pontos da visita as políticas cariocas são na maior parte higienistas, sempre beneficiando uma classe de privilegiados, com pontos que para cada época se fazem interessante.
     Ao visitarmos o MAR isso se mostra nítido de dentro para fora, inicialmente no mirante com uma “vista privilegiada da cidade do Rio de Janeiro” onde surge em meio aos entulhos o grandioso projeto do “Porto Maravilha”, mas que antes disso teve que relocar os cidadãos que viviam naquela parte da cidade.
    Nas profundezas do MAR, encontramos a exposição de Berna Reale “Vazio de Nós”. A artista paraense, que também é perita criminal, trata da temática centro/periferia em sua obra. Bem colocada naquele contexto a exposição temporária nos faz refletir sobre a deficiência de direitos assegurados pelo governo, num cenário onde zona sul e norte se confrontam cabe pensar até que ponto a cidade maravilhosa se rende á sociedade de consumo.
    Assim, a fala do André sobre os quadros afixados na parede da reserva técnica do Museu da República, o conflito das praias e a relocação da população que vivia na zona portuária podem ser vistos como uma tentativa do governo de continuar vendendo a ideia de “Rio paraíso tropical” e nos faz questionar até quando esse paraíso será para o acesso de poucos que podem se banhar nas praias quentes e postar fotos com seus I-phone's, mas que ainda precisam do serviço de gente que vive nas periferias...  


http://www.museudeartedorio.org.br/pt-br/exposicoes/anteriores?exp=421


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Sobre comunidades, resistência e museus.

A visita ao Rio de Janeiro entre os dias 30 de novembro a 3 de janeiro de 2013 trouxe um aglomerado de experiências e reflexões que giraram em torno dos moradores, do uso dos espaços públicos e das políticas também públicas que antecedem aos grandes eventos e impõe deslocamentos entre os territórios que compõe esse cidade.

Essa experiência de reflexão, além de exercitada de maneira coletiva quando visitávamos aos museus programados, teve um caráter especialmente individual.
O tom especial foram as lembranças de uma experiência passada, da primeira vez que pernoitei no Rio de Janeiro, em viagem de visita técnica da disciplina de Preservação e Conservação de Bens Culturais II, com a professora Gabriela de Lima Gomes. A mesma viagem também caracteriza a primeira vez que participei como hóspede, em um projeto de hospedagem solidária chamado Couchsurfing. O Couchsurfing, apenas a título de curiosidade, é um projeto em que você se dispõe a hospedar estranhos em sua casa, gratuitamente, por pura fé na comunidade que se criou em torno do conceito, carregado de esperança no mundo, de solidariedade e troca de experiências. Os membros inscritos podem também fazer solicitações para se hospedar nos locais de sua preferência, onde existam pessoas da comunidade disponíveis e dispostas a receber Surfers.

Fiquei hospedada em uma das centenas de favelas do Rio de Janeiro, chamada Rio das Pedras, na região de Jacarepaguá, dentro da extensa Zona Oeste da capital. Quando olhei para um mapa turístico em busca do local onde estávamos, notei que embora o mapa se preocupasse em mostrar com detalhes a turística e fotogênica Zona Sul, e até mesmo a tão próxima Barra da Tijuca, localizada a 20 minutos dali, nem a Rio das Pedras e nem as comunidades e bairros localizados ao longo de quilômetros a frente no sentido oeste, constavam no mapa.
Do mesmo modo me marcou o fato de chegar na comunidade após 1h30 de viagem, vindo da regiãoo central, e ver que a televisão sintonizada na Rede Globo, no horário da novela de grande audiência às 21h, exibindo visões panorâmicas das estonteantes praias do Rio de Janeiro e seus bairros nobres, e nem sequer perceber menções aos outros Rios de Janeiros, principalmente os Rios ao oeste.

Vista da Favela do Rio das Pedras (Imagem extraída do UOL notícias - http://noticias.uol.com.br/album/album-do-dia/2012/07/18/imagens-do-dia---18-de-julho-de-2012.htm?mobile)


Ainda nesse momento eu pouco entendia sobre o crescente movimento de patrimonialização de favelas, que consiste, dentre outros atos, no resgate à imagem, em uma afirmação identitária, e na veiculação positiva do modo de vida e da sociabilidade em comunidades historicamente esquecidas pelo poder público no que diz respeito à concessão de direitos fundamentais, mas lembradas quando existem disputas em torno dos territórios que ocupam.

Esse movimento só acontece porque a história das favelas é marcada pela resistência, que não pode de maneira alguma ser individual. Na Rio das Pedras, pude observar um coletivo, embora muito complexo pois trata-se de um coletivo formado por indivíduos e seus interesses, que possuem necessidades, sonhos e desejos que passam por vezes acima dos interesses gerais. Me perguntei quantos Rios de Janeiro cabem numa única cidade.

Embora eu tenha crescido em uma região de periferia em São Paulo, nunca havia percebido o que percebi das relações nas favelas cariocas, tanto no pouco que pude vivenciar da Rio das Pedras, quanto da organização dos moradores em suas lideranças comunitárias no complexo da Maré. A visita abriu minhas percepções para os ideias de preservação das comunidades cariocas. Fui além das imagens que se cristalizaram no meu imaginário, muito inspiradas pelo videoclipe do rapper americano Snoop Dog, gravado no Morro de Santa Marta. Para além de um ambiente exótico, de casas surpreendentemente equilibradas no alto dos morros, de um lugar onde o samba e o carnaval estão sempre presentes e belas mulheres negras estão sempre de biquíni, as favelas são lugares de resistência.


Vista do bairro Vila Primavera, no qual cresci em São Paulo (SP).

Lugares onde as pessoas lutam para garantir seus direitos mais básicos e deles não serem privadas nos mostram as potencialidades dos museus para a resistência e afirmação de identidades (e reformulação de imagens, como é o caso da Maré). Esses espaços mostram que os museus não são apenas locais de contemplação ou de guarda de algo que corre o risco de se perder. Ao contrário: tornam cada vez mais evidente a vocação de centros culturais, onde diversas manifestações artísticas, políticas e reivindicatórias, tomam corpo.

Quando o museu trabalha por exemplo a memória do trauma da violência que circunda as comunidades da Maré através da realização de oficinas com adolescentes – talvez os agentes que mais se envolvem nesse processo de violência -, que criam moldes das marcas de balas perdidas nas paredes das casas e dos estabelecimentos comerciais, ele tenta canalizar o peso da violência em resistência, sem esconder as marcas ou se silenciar sobre o fato.

O fato do museu ser gerido pelas lideranças comunitárias, o aproxima dos movimentos sociais, tais como as outras atividades que são desenvolvidas em paralelo pelos agentes da comunidade. Esses processos são fundamentais no processo de criação de vínculos, de auto reconhecimento em meio ao coletivo, de valorização das relações e ações em conjunto.

Vista aérea do Complexo da Maré retirada do jornal O Dia (http://odia.ig.com.br/portal/rio/for%C3%A7a-tarefa-vai-proteger-elei%C3%A7%C3%B5es-na-mar%C3%A9-e-zona-oeste-1.466940)


Comunidades como a Maré, deveriam ser lugares prioritários para a instalação de equipamentos culturais e de valorização da memória e da cultura local.

Meu comentário, porém, não é ingênuo a ponto de negar as diversas forças que se entremeiam e sobrepõe-se num contínuo processo de negociação, tal como a lógica foucaultiana nos faz perceber. Rio das Pedras, por exemplo, em seu verbete na wikipédia é reconhecido como o berço das milícias (link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_das_Pedras_(bairro_do_Rio_de_Janeiro). Já as favelas da Maré, por constituírem um vasto complexo, possuem diversos poderes envolvidos, desde uma base do Batalhão de Operações Policiais Especiais nas proximidades do museu, uma grande base da polícia militar do Rio de Janeiro, as pressões da prefeitura para desocupar algumas áreas, e o movimento do tráfico no alto dos morros e as atividades de corrupção que envolvem a todos.

É exatamente por essa gama de poderes que instituições de memória como essas são de extrema importância como catalizadores das tensões. Os 12 tempos da Maré, tratados em sua exposição de longa duração, além de exporem aos visitantes de fora da comunidade a identidade local e de seus moradores, também tratam de assuntos delicados que incitam à reflexão e valorizam a trajetória conturbada de lutas e esforços pra permanecer no local.

Imagem dos cartuchos de balas perdidas encontradas no Complexo da Maré, exibidas na configuração anterior da exposição de longa duração do museu. (http://culturadigital.br/braxil/files/2010/12/aP1140194.jpg)



Bem como o tour virtual pelo site do museu: http://www.museudamare.org.br/joomla/

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Adelina e Nadir: experiências e subjetividades no universo feminino.

          Eu(Michelle) e outras moças da museologia somos estagiárias no CAPS 1, em Ouro Preto. Nosso estágio consiste em documentar as obras produzidas pelos pacientes em oficinas terapêuticas.  Por essa razão, fomos convidadas para visitar o Museu de Imagens do Inconsciente na cidade do Rio de Janeiro, no dia 13 de dezembro de 2013. Esta instituição é localizada no Engenho de dentro, no Instituto municipal Nise de Silveira.  Pertence ao acervo deste museu, as obras realizadas pelos internos nos ateliês de modelagem e pintura. Estas atividades foram estabelecidas pelo Serviço de Terapêutica Ocupacional, projeto organizado pela psiquiatra Nise de Silveira, importante defensora da reforma psiquiátrica, na metade do século XX. 
           Visitando a exposição, uma das artistas que despertou minha atenção foi a Adelina Gomes. Há dois motivos para tal efeito. Primeiramente, meu interesse pelos estudos de gênero. As obras de Adelina expressam as subjetividades femininas.  A paciente retratou em suas obras, famílias, flores, bonecas, festas, casais, dentre outros. Para os estudos de gênero, consiste uma forma de entender e refletir sobre a construção social dos papéis femininos, a partir da arte, e neste caso específico, a relação entre gênero e loucura. De acordo com as legendas da exposição, “Adelina era filha de camponeses, nasceu em 1916, na cidade de Campos, estado do Rio de Janeiro. Fez o curso primário e aprendeu vários trabalhos manuais numa escola profissional. Aos 18 anos apaixonou-se por um homem, que não foi aceito pela família. Tornou-se cada vez mais retraída, sendo internada em 1937, aos 21 anos. Começou a frequentar o ateliê de pintura em 1946, primeiramente, dedicou-se a trabalhar em barro, modelando figuras que impressionam pela sua semelhança com imagens datadas do período neolítico. Na sua pintura pode-se acompanhar passo a passo as incríveis metamorfoses que ela vivenciou. Tornou-se uma pessoa dócil e simpática produzindo com intensa força de expressão cerca de 17.500 obras.”
Óleo sobre tela por Adelina Gomes
Óleo sobre tela por Adelina Gomes
            O segundo motivo que despertou meu interesse foi porque as obras de Adelina Gomes remetem a uma artista e paciente do CAPS, Nadir Pena. A artista mineira nasceu em Pedra Corrida, no dia 10 de janeiro de 1953. A convite, de seus amigos hippies veio para Ouro Preto, em 1969, pois como uma boa revolucionária que era, desejava consertar o mundo. Foi influenciada pelo pai que lutou contra a ditadura militar, no golpe de 1964. Em 1998, começou a frequentar o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e foi neste espaço, que se iniciou nos caminhos da pintura. Como se encontrava depressiva, pintava mulheres chorando. Através das oficinas de arteterapia oferecidas pelo CAPS, sensibilizou-se pelo mundo das artes e foi estudar na Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP). Ali, participou de cursos de pintura, serigrafia, xilogravura, dentre outros. A artista seguiu o caminho das pinturas, utilizando como técnica e material, tinta para tecido sobre Eucatex.
Tinta para tecido sobre eucatex por Nadir Pena
Tinta para tecido sobre eucatex por Nadir Pena

         As obras da artista revelam toda dualidade de seu universo feminino, as mulheres de Nadir são retratadas em diversas etnias e culturas, porém todas carregam as subjetividades das experiências de vida da própria artista. São várias, mas ao mesmo tempo uma, que é denotado pelo traçado de suas feições. Esta relação entre o particular e o universal faz com que o público se identifique com essas figuras femininas pertencentes a mundos distintos, porém iconograficamente coadunados pelos símbolos presentes nas obras. Essa simbologia é representada por elementos da natureza - pássaros, serpentes, flores, fogo. A espiritualidade também é tema recorrente, a presença divina representada a partir do olho, trazendo a onipresença e onisciência de Deus, que não só a acompanha em todos os momentos da vida como a protege.  As Guerreiras de Nadir Pena mostram a sagacidade da figura feminina que enfrenta as agruras da vida com garra, mas que também é capaz de se superar, como expressa a própria artista, muitas vezes com: “tristeza na alma e sorriso no coração”.
         É fascinante pensar como duas mulheres, Adelina e Nadir, de épocas distintas, cidades diferentes, podem criar uma produção artística semelhante, a partir da transformação das subjetividades e experiências femininas em arte e resistência perante as dificuldades que permearam suas vivências.

fotos Adelina:  http://www.ccs.saude.gov.br/nise_da_silveira/imagens
fotos Nadir: Sandra Cardoso e Michelle Louise Guimarães.