a tradição das visitas técnicas

No inverno de julho de 1945, quando as moças e senhoras costumavam usar chapéus em roupas de passeio e os homens trajavam ternos à rua, a turma do Curso de Museus do Museu Histórico Nacional/RJ excursionava para a cidade de Ouro Preto em Minas Gerais. O grupo de 19 pessoas veio de trem numa viagem que durou 16 horas. Durante a permanência de uma semana visitaram também as cidades de Mariana, Congonhas do Campo e o então arraial de Ouro Branco.

Passados 68 anos, o Curso de Museologia da UFOP mantém a tradição das visitas técnicas iniciada pelo Curso de Museus. Todo semestre o DEMUL se reúne para discutir e aprovar os roteiros de viagens das disciplinas que possuem visitas previstas em suas ementas. Em geral, os estudantes organizam a hospedagem, na busca de conforto, higiene, bom preço e localização. Os professores, claro, responsabilizam-se pela elaboração dos roteiros detalhados, agendamentos, relatórios posteriores, avaliações e ainda por todo o aspecto operacional de deslocamento.

Em meio à transitoriedade do mundo contemporâneo as visitas técnicas permanecem uma boa tradição que nos orgulhamos em manter devido à sua importância como recurso pedagógico.

Este blog cumpre, pois o objetivo final de avaliar os estudantes em suas visitas aos museus. Suas postagens são registros, narrativas e leituras da experiência vivida, um diário coletivo, dinâmico, crítico, quiçá, divertido.

Tenham todos uma boa leitura e uma boa viagem!

Prof.ª Ana Audebert


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A Princesa das Bolinhas

"A região do lobo pré-frontal do cérebro (atrás da testa) é responsável por regular a aceitação das regras sociais e a avaliação dos perigos. É ela que alerta para infrações, que impede que nos envolvamos em situação de risco elevado, que faz com que respeitemos as normas legais." ou seja a alteração dessa área do cérebro podem levar a decisões de vida mais audaciosas, assim como a comportamentos autodestrutivos, a determinadas patologias (como psicopatia, esquizofrenia e transtorno obsessivo compulsivo) e também a um aumento da criatividade. Ou a várias dessas coisas ao mesmo tempo. 
A artista Japonesa Yayoi Kusama sofre de transtorno compulsivo obsessivo e alucinações desde a infância e desde cedo seus transtornos mentais se traduziam em arte e em uma visão bem peculiar das coisas. Hoje com 84 anos, Kusama vive em uma instituição psiquiatra em Tokyo a mais de 30 anos, Kusama é considerada um dos nomes mais renomados entre os artistas contemporâneos, A artista ganhou sua primeira exposição individual em no Brasil de doze de dezembro de 2013 a 20 de janeiro de 2014, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na retrospectiva “Obsessão infinita”.


A artista, obcecada por bolinhas transpõe em suas obras a sua "loucura", no entanto podemos dizer que ela aceita aquilo que todos tentamos esconder, ela projeta em suas obras seus transtornos e transformou em arte o que geralmente julgamos ser "doença". A exposição traduz o mundo da maneira como Kusama o enxerga. Seria , então, essa a forma correta de vê-lo ou é simplesmente uma maneira peculiar de fugir a realidade? Kusama transformou sua doença em arte e dessa forma conseguiu fugir de um possível suicídio. isso porque a artista nasceu em uma família tradicional japonesa, na época das guerras quando a repressão era ilimitada. em 1957 Kusama mudou-se para os Estados Unidos, onde conheceu diversos artistas e continuou a desenvolver sua arte que embora seja um trabalho de uma vida toda, apenas recentemente vem ganhando espaço no mundo. 
E você, qual a sua obsessão?
visite também o site do CCBB:

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