a tradição das visitas técnicas

No inverno de julho de 1945, quando as moças e senhoras costumavam usar chapéus em roupas de passeio e os homens trajavam ternos à rua, a turma do Curso de Museus do Museu Histórico Nacional/RJ excursionava para a cidade de Ouro Preto em Minas Gerais. O grupo de 19 pessoas veio de trem numa viagem que durou 16 horas. Durante a permanência de uma semana visitaram também as cidades de Mariana, Congonhas do Campo e o então arraial de Ouro Branco.

Passados 68 anos, o Curso de Museologia da UFOP mantém a tradição das visitas técnicas iniciada pelo Curso de Museus. Todo semestre o DEMUL se reúne para discutir e aprovar os roteiros de viagens das disciplinas que possuem visitas previstas em suas ementas. Em geral, os estudantes organizam a hospedagem, na busca de conforto, higiene, bom preço e localização. Os professores, claro, responsabilizam-se pela elaboração dos roteiros detalhados, agendamentos, relatórios posteriores, avaliações e ainda por todo o aspecto operacional de deslocamento.

Em meio à transitoriedade do mundo contemporâneo as visitas técnicas permanecem uma boa tradição que nos orgulhamos em manter devido à sua importância como recurso pedagógico.

Este blog cumpre, pois o objetivo final de avaliar os estudantes em suas visitas aos museus. Suas postagens são registros, narrativas e leituras da experiência vivida, um diário coletivo, dinâmico, crítico, quiçá, divertido.

Tenham todos uma boa leitura e uma boa viagem!

Prof.ª Ana Audebert


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Mídias de Geolocalização como formadora de Opinião - Experiências de um visitante virtual e suas escolhas de espaços a serem visitados através do Foursquare.

Por: André L.S.Paulo 
Graduando em Museologia 
alspmg@hotmail.com

Como aluno matriculado na disciplina MUL-106 Museus no Mundo Contemporâneo do Curso de Museologia da Universidade Federal de Ouro Preto, fui incumbido de realizar análises sobre alguns museus da cidade do Rio de Janeiro, contudo, estas foram realizadas através do mundo virtual, pela impossibilidade deste que lhes fala estar em loco realizando a atividade.
Fonte: Google Imagens

Pois bem, inicialmente a minha intenção era analisar os sites institucionais dos espaços e através destes, criar um discurso sobre a atuação dos Museus e de que forma este meio de comunicação utilizado por eles poderia influenciar na opinião do público visitante.  Entretanto observei, ao longo das análises que apenas isso não seria suficiente para a formação de uma avaliação completa, pois além dos sites apresentarem apenas um discurso montado e totalmente institucionalizado, quer dizer, apenas a visão da instituição sobre si própria e aquilo que ela quer passar para o publico, não conseguia extrair dali a opinião popular, uma vez que estes suportes não permitem isso. Não existem nos sites campos onde os visitantes podem deixar seus comentário elogios e sugestão. Percebi então com a utilização da plataforma Androide, especificamente o aplicativo Foursquare que a minha interação com o público visitante seria bem mais próxima possibilitando assim um maior entendimento de que forma estes museus estão sendo vistos pelas pessoas que já passaram por eles, e com base nisso analisar de que forma como estas opiniões poderiam influenciar em minhas escolhas.

O que é este tal de Foursquare e como ele funciona? E de que forma ele pode influenciar ou auxiliar você na escolha dos espaços a serem visitados fisicamente. Você deve estar se perguntando. E a resposta é a seguinte, a Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Foursquare) define o Foursquare como “uma rede social e de microblogging que permite ao utilizador indicar onde se encontra, e procurar por contatos seus que estejam próximo desse local. O aspecto lúdico vem do fato de ser possível acumular distintivos relativos a lugares específicos, um pouco como os autocolantes dos anos 70. A aplicação funciona em iOS, Android, Windows Phone, Blackberry e Symbian. Os mapas utilizados pelo Foursquare são provenientes do OpenStreetMap .”


O site Tecmundo - Descubra e aprenda tudo sobre tecnologia (http://www.tecmundo.com.br/gps/4092-o-que-e-a-rede-social-foursquare-e-quais-as-vantagens-dela-.htm), explica o funcionamento do Foursquare da seguinte maneira “Para usar o Foursquare você precisa ter uma conta no site, um celular e gostar de explorar o que está ao seu redor. A primeira coisa, portanto, é baixar o aplicativo em seu aparelho, disponível para Android, iPhone, Palm e Blackberry. Se você não tem um smartphone e mora nos Estados Unidos, pode usar mensagens de texto também. Assim que você estiver em absolutamente qualquer local (seja parque, museu ou supermercado, por exemplo) basta fazer o chamado “check-in”. Ao fazer isso, sua posição vai para a rede social do serviço, Twitter e Facebook (se você os adicionou à sua conta) e todos podem saber exatamente o local em que você está, com indicação no mapa junto ao endereço e opiniões a respeito. Se o local não existir ainda no Foursquare, você pode adicioná-lo.
Da mesma forma que todos podem ver onde você está, é possível acompanhar o itinerário de seus amigos e ver por onde eles andam. Cada um que usa o serviço é capaz de adicionar seus locais preferidos em um “Top 12”.
Fonte : Foursquare 
A minha análise procedeu da seguinte forma, foram indicados pela Profa. MSc. Ana Cristina Audebert sete museus. São eles: Portal Arqueológico dos pretos novos, Museus Nacional de Belas Artes, Espaço cultural da Marinha, Centro cultural Banco do Brasil, Museu de Arte do Rio, Museu da Maré e Museu da República. Pesquisei quais destes tinham uma localização já criada no Foursquare e a partir disso selecionei os três mais bem pontuados no aplicativo para análise. As instituições selecionadas foram o Museu Nacional de Belas Artes, Centro Cultural Banco do Brasil e Museu da República. Feito isso, li algumas dicas positivas e negativas dos locais, além de fotos, vídeos e etc. que pudessem me auxiliar na escolha. Segue uma tabela comparativa e ilustrativa sobre as três instituições. 

Nome da Instituição
Numero de Chek-ins
Nota
Comentários Positivos
Comentários Negativos
Centro Cultural Banco do Brasil
25.613
9,7
“Centro Cultural Banco do Brasil: viagem no tempo no centro do Rio. Mesmo sem nenhuma exposição acontecendo, vale entrar no prédio pra sentir o cheiro de café se espalhando no foyer de mármore cremoso.”         Por: (Fabiana M.- https://pt.foursquare.com/fabianamotroni )
“Sinalização ruim, informações também não são muito bem prestadas mas as exposições sãode ótimo gosto e o acervo da casa também compensa !” Por (Monalisa M. - https://pt.foursquare.com/user/12484409)
Museu da República
2.740
9,2
“O acervo permanente do Museu é muito interessante. Mas mais ainda é a exposição "A Res publica brasileira", sobre a república no Brasil. Exposição completa e perfeitamente organizada.” Por: (Gabriel J. - https://pt.foursquare.com/gabrieljusto )

“Nao consegui entrar porque esta tendo filmagens. Um absurdo! Filmem durante a semana” Por: (Solange P. - https://pt.foursquare.com/solangeplacona)
Museu Nacional de Belas
3.347
9.0
“O museu é lindíssimo, as exposições maravilhosas e os seguranças são super educados e gentis. Pode também fotografar, o que é bem legal” Por : (Ana Carolina C. - https://pt.foursquare.com/user/69992923 )
O descaso para com as obras e a estrutura do museu é revoltante. E o ar condicionado não funciona. Retrato da cultura carioca e brasileira. Muito triste. Por: (Natalia G. https://pt.foursquare.com/user/20764572)


Fonte: Foursquare 
Com base neste comparativo e demais informações, encontradas nas páginas oficiais do Foursquare dos três espaços selecionados, para uma visita física eu escolheria o Museu da República, pois este, segundo comentários e fotos, é portador de uma incrível beleza, natural e patrimonial, além de sua exposição me despertar um interesse maior.
Concluo com todo este processo, que cada vez mais, as redes sociais são grandes formadoras de opiniões, e que as instituições devem se adaptar a estas novas ferramentas para o seu desenvolvimento e maior contato com o publico. Percebe-se que cada vez mais as pessoas procuram informações das instituições antes de visita-las e com isso é cada dia mais importante que estas contem com sites atualizados e com informações claras.  Neste cenário as mídias sociais devem ser encaradas pelos museus como uma ponte que facilite seu relacionamento com seus visitantes, estreitando as relações ente ambos, afim de investigar como estas relações são vistas popularmente. Talvez esta seja uma nova forma de pesquisa de publico, assim com grandes organizações já utilização para montar as suas estratégias de marketing.






Nenhum comentário:

Postar um comentário