a tradição das visitas técnicas

No inverno de julho de 1945, quando as moças e senhoras costumavam usar chapéus em roupas de passeio e os homens trajavam ternos à rua, a turma do Curso de Museus do Museu Histórico Nacional/RJ excursionava para a cidade de Ouro Preto em Minas Gerais. O grupo de 19 pessoas veio de trem numa viagem que durou 16 horas. Durante a permanência de uma semana visitaram também as cidades de Mariana, Congonhas do Campo e o então arraial de Ouro Branco.

Passados 68 anos, o Curso de Museologia da UFOP mantém a tradição das visitas técnicas iniciada pelo Curso de Museus. Todo semestre o DEMUL se reúne para discutir e aprovar os roteiros de viagens das disciplinas que possuem visitas previstas em suas ementas. Em geral, os estudantes organizam a hospedagem, na busca de conforto, higiene, bom preço e localização. Os professores, claro, responsabilizam-se pela elaboração dos roteiros detalhados, agendamentos, relatórios posteriores, avaliações e ainda por todo o aspecto operacional de deslocamento.

Em meio à transitoriedade do mundo contemporâneo as visitas técnicas permanecem uma boa tradição que nos orgulhamos em manter devido à sua importância como recurso pedagógico.

Este blog cumpre, pois o objetivo final de avaliar os estudantes em suas visitas aos museus. Suas postagens são registros, narrativas e leituras da experiência vivida, um diário coletivo, dinâmico, crítico, quiçá, divertido.

Tenham todos uma boa leitura e uma boa viagem!

Prof.ª Ana Audebert


domingo, 31 de março de 2013

Conhecendo o museu através das Redes Sociais


Ao acessar o site do Museu da Língua Portuguesa,  em sua pagina inicial encontra-se informações sobre a instituição que diz ser ''  muito mais que um  espaço em que as tecnologias são aplicadas no espaço expositivo para deleite da modernidade''. Também é possível ter acesso ao link institucional, onde conta sobre a criação do museu e seus objetivos e links sobre atividades, parceria e serviços. Na pagina sobre a instalação do museu explica sobre a escolha da Estação da Luz e o que se encontra em casa andar. E paginas com noticias, programação, exposições, textos, links e contato. A navegação é muito fácil e pode ser acessada em espanhol, francês e inglês. 

E o que é interessante é que é possível acompanhar o dia do museu pelas redes sociais mais usadas do mundo, o Twitter e o Facebook. 

Twitter: @museulp
Facebook: Museu da Língua Portuguesa 

No Twitter não tem muitas postagens e a ultima foi em 27 de março, com não muitos seguidores o Twitter é abandonado. Já o Facebook, a última postagem foi na sexta-feira e é sempre atualizado, uma vez que a interação com o publico é maior. 

No Youtube também encontra vídeos sobre o museu, entre eles: 



Mas será mesmo que o Museu da Língua Portuguesa não é apenas um espaço expositivo para deleite da modernidade?  Uma vez que o publico acha mais interessante posar para fotos. 

Mas pra quem não quiser fazer uma visita virtual, o Museu da Língua Portuguesa, o endereço é Praça da Luz, s/nº, Centro São Paulo. Aberto de terça a domingo, das 10h às 18h, e nas terças-feiras o museu fica aberto até às 22h (a bilheteria fecha às 21h). O valor dos ingressos Inteira: R$ 6,00 / Meia: R$ 3,00 e a bilheteria funciona terças-feiras das 10h às 21h e de quarta a domingo, das 10h às 17h.



Uma Tarde no Museu! Parte2

Segue a segunda parte do vídeo pois o blog não permitiu o upload de dois videos em um único post.

PARTE 2

sábado, 30 de março de 2013

Uma Tarde no Museu! Parte1

Nessa edição de Uma Tarde no Museu vou falar pra vocês um pouco sobre o Museu da Língua Portuguesa! espero que eu consiga pintura uma imagem de como o museu é, e minhas opiniões a respeito dele>.<

PARTE 1



Memorial da Resistência é um espaço pequeno, mas que mostra de maneira impressionante alguns registros do período de repressão nas ditaduras que aconteceram no nosso país.

 Criado exatamente onde funcionava a antiga delegacia de repressão política DOPS, conserva quatro celas e a área onde os detentos tomavam sol, a mim causaram agonia e sensação claustrofóbica.


É um local que contribui para a formação critica sobre a história contemporânea do país e para a valorização de princípios democráticos, do exercício da cidadania e da conscientização dos direitos humanos.

É um espaço que provoca emoções, que presta tributos a todos que lutaram por um Brasil melhor durante a ditadura sendo este um espaço de grande importância simbólica e concreta que permite a todo o publico brasileiro conhecer um pouco da sua historia. Tal espaço tem por lema  :LEMBRAR É VIVER.

Memorial da Resistência: Imponente, mas inacessível aos olhos


vir

sexta-feira, 29 de março de 2013

Nas entrelinhas do avanço tecnológico entre o Museu da Língua Portuguesa e a Estação da Luz.

No dia 23 de Fevereiro de 2013 fui visitar o Museu da Língua Portuguesa localizado na cidade de São Paulo. Para quem não conhece, este museu foi implantado na Praça da Luz, ou como todo mundo costuma chamar este lugar, de Estação da Luz onde também se encontra a Estação Pinacoteca e o Memorial da Resistência. Primeiramente, farei um paralelo entre o museu e seu espaço de instalação. Convenhamos que este belo lugar tenha a ver com o mundo contemporâneo que vivemos hoje, ou seja, altas transformações acontecem a cada segundo. Faço esta comparação, pois este lugar tem uma estação de trem e metrô e ao mesmo tempo um museu que utiliza avançadas tecnologias para expor suas exposições itinerantes e de longas durações. Agora vem a pergunta: o que tem a ver uma estação de trem e metrô com um museu? Ai que você se engana! Tem tudo a ver,pois são utilizadas diferentes tecnologias que por muitas vezes passam despercebidas pelo público em geral. Em uma breve comparação, podemos explicar melhor esta ideia. No caso do trem ou metrô, utiliza-se os trilhos, energia e vários outros componentes que os tornam capazes de se locomoverem para um determinado local. Hoje em dia, com raras exceções, utiliza-se o óleo diesel como combustível para fazer locomover a famosa Maria Fumaça, com o mundo em vasta expansão tecnológica, hoje já não mais o óleo diesel como combustível, e sim a energia elétrica ou em caso específico a luz solar. No caso do Museu da Língua Portuguesa a tecnologia é utilizada para mostrar ao público o acervo existente. Para ficar mais claro, no segundo andar do museu é utilizado uma tela de 106 m de extensão com projeções simultâneas de filmes que mostram a Língua Portuguesa no cotidiano e na história de seus usuários, isso faz com que as tecnologias sejam cada vez mais utilizadas tanto nos museus, quanto nos trens e metrôs .Podemos observar nesta citação de Huyssen ele argumenta que, diante de uma mnemo-história, se necessita da  memória e da musealização juntas para construir uma proteção contra  a obsolescência e o desaparecimento, para combater a nossa profunda ansiedade com a velocidade de mudança e o contínuo encolhimento dos horizontes de tempo e de espaço (HUYSSEN, 2000, 28). Entretanto, com o avanço do mundo contemporâneo as coisas se tornaram muito rápidas, podemos viajar de um certo local para outro em poucas horas ou minutos ,e no caso dos museus torna-se muito mais prazeroso a utilização dessas tecnologia pois o público  interage com o tema proposto e com certeza sai satisfeito e a equipe do museu consegue atingir suas metas .
 

Grande cinema disfarçado de museu?




    Imagens como estas deixam claro o caráter "cinematográfico" do Museu da Língua Portuguesa, experimentado durante à visita . O que se percebe é que o lugar, a instituição é, na verdade, um grande complexo de salas de exibição de filmes. Isso mesmo, exibições nas quais se tem espectadores assistindo passivamente,do início ao fim, à uma infinidade de curta metragens, por sua vez recheados de informações de grande conteúdo lúdico e poético, porém de articulação questionável. Um grande e caro espetáculo, que coloca em cheque a própria definição e função do MPL como museu. Aspecto que talvez seja interessante, e até mesmo intencional, tendo em vista às grandes financiadoras e patronas da "casa", as  Organizações Globo e a Fundação Roberto Marinho. Que assim, reproduzem o seu padrão "visualidade, espetáculo, padronização", oferecendo mais uma vez o tão essencial show, o "circo" ao povo à là  Império Romano! De modo a mantê-lo sob eterno controle e seus ânimos, anestesiados!
      Por fim, o espetáculo visual e tecnológico pode até valer o ingresso e a distração, mas tenho certeza que existam ou se possam fazer "filmes" melhores sobre as gêneses e dinâmicas que envolvem a nossa língua!


Crédito(imagens):
- http://sweetlipstick.blogspot.com.br
- www.cidadedesaopaulo.com.br
 


A contemporaneidade do Museu Paulista

Os museus contemporâneos do mundo inteiro têm sido marcados nas últimas décadas, por movimentos arquitetônicos arrojados que relacionam espaço e cultura, buscando interferir na paisagem urbana e atrair visitantes para educação, conhecimento e recreação. O Museu Paulista da USP, situado no Parque da Independência, que também abriga a Casa do Grito, o Monumento da Independência e a Cripta Imperial, mesmo não estando dentro dos parâmetros dessa nova onda da arquitetura museológica, causa o mesmo impacto dos modernos museus. Além de sua coleção que conta a trajetória histórica paulista, a arquitetura monumental e a apropriação do parque pelos paulistas, atraem mais de 250.000 mil visitantes por ano.
Esse número significativo de visitantes nos leva a refletir a fala de alguns autores que criticam os museus históricos por suas exposições reconstituírem algo que já não existe, pois entendem que as reconstituições são subjetivas, resultam de uma nova leitura de um fato passado e, por isso, não pode ser colocada como verdade. Isso é fato, mas não se deve esquecer que os museus históricos, como todos os demais museus, não trazem uma verdade, e sim, mostram aspectos de um determinado fato ou conceito, para que os visitantes reflitam sobre ele e criem a sua própria leitura. Os museus, portanto, não somente educam, eles principalmente levam à reflexão e à pesquisa.
Nesse aspecto, em defesa da contemporaneidade do Museu Paulista, caso recente e de importância científica foi a exumação dos restos mortais da família real brasileira que se encontram na Cripta Imperial, no subsolo do Monumento da Independência. A pesquisa feita pela arqueóloga e historiadora Valdirene do Carmo Ambiel para defesa de sua dissertação de mestrado, revelaram detalhes e até desmentiram fatos dados como verídicos pela História oficial. (1)
A visita ao Museu Paulista é uma festa completa. O espaço é usado democraticamente por esportistas, famílias, estudantes e até mesmo por animais domésticos que ali vão acompanhando seus donos. Entrando pelos portões principais, em meio a natureza, asfalto e monumentos, crianças, jovens e adultos andam, correm, lêem, comem, se divertem em skates, patins e afins, fazem ginásticas, enfim, usam o espaço externo do museu para fazer sua recreação entre familiares e amigos. Não antes de passar pelo espaço expositivo para conhecer e refletir sobre a história paulista e mesmo, nacional. O caderno de visitas do Museu confirma isso, em sua maioria os assinantes se originam da capital e cidades paulistas.
Por tudo isso, ouso afirmar que o Museu Paulista é contemporâneo. Não na concepção técnica da ciência museológica, mas na definição lexical da palavra contemporâneo: atual e partilhado por muitos, bem como por alcançar o objetivo fundamental de todo museu: atrair visitantes. Assim é o Museu Paulista para os paulistas, paulistanos e turistas. As fotos comprovam!