a tradição das visitas técnicas

No inverno de julho de 1945, quando as moças e senhoras costumavam usar chapéus em roupas de passeio e os homens trajavam ternos à rua, a turma do Curso de Museus do Museu Histórico Nacional/RJ excursionava para a cidade de Ouro Preto em Minas Gerais. O grupo de 19 pessoas veio de trem numa viagem que durou 16 horas. Durante a permanência de uma semana visitaram também as cidades de Mariana, Congonhas do Campo e o então arraial de Ouro Branco.

Passados 68 anos, o Curso de Museologia da UFOP mantém a tradição das visitas técnicas iniciada pelo Curso de Museus. Todo semestre o DEMUL se reúne para discutir e aprovar os roteiros de viagens das disciplinas que possuem visitas previstas em suas ementas. Em geral, os estudantes organizam a hospedagem, na busca de conforto, higiene, bom preço e localização. Os professores, claro, responsabilizam-se pela elaboração dos roteiros detalhados, agendamentos, relatórios posteriores, avaliações e ainda por todo o aspecto operacional de deslocamento.

Em meio à transitoriedade do mundo contemporâneo as visitas técnicas permanecem uma boa tradição que nos orgulhamos em manter devido à sua importância como recurso pedagógico.

Este blog cumpre, pois o objetivo final de avaliar os estudantes em suas visitas aos museus. Suas postagens são registros, narrativas e leituras da experiência vivida, um diário coletivo, dinâmico, crítico, quiçá, divertido.

Tenham todos uma boa leitura e uma boa viagem!

Prof.ª Ana Audebert


quinta-feira, 28 de março de 2013

Pablo, qual é o filme?


Tenho uma ligação profunda com o aspecto visual. Adoro ver as coisas. Parece que ao ver algo já sei se ele é bom ou ruim, se cheira bem ou mal, se é de comer ou é de cera, mesmo tendo uns bons graus de miopia (muitos graus!).

Por gostar muito de cinema, percebi que o visual é importante, mas não é nada sem um contexto interessante. Neste contexto eu incluo: uma boa narrativa, técnica, relação público-obra e a trilha sonora. Com os Museus a relação é a mesma. A construção do diálogo esta respaldada em diversos aspectos, muitos deles relacionados aos da sétima arte e vice-e-versa, de diversas formas. Nessa visita a São Paulo as relações entre museus e cinema se mostraram mais uma vez para mim, principalmente no Museu da Língua Portuguesa... Então vamos viajar um pouco juntos!...

O filme que o caracteriza: Crepúsculo (Catherine Hardwicke, Ficção, Cor, 122min, EUA, 2008)

Você deve estar se perguntando: “gente que museu é esse que essa menina viu!?” mas estamos falando do mesmo lugar: O Museu da Língua Portuguesa.

Existem várias críticas acerca desta instituição. Tem aqueles que amam e aqueles que odeiam. Os que amam dizem ser um dos poucos museus divertidos e interativos que conhecem. Os que odeiam o colocam na categoria de museu espetáculo, instituição que não oferece muito além de alguns botões para apertar.

Seja em qual dos aspectos você se enquadra, todos podemos concordar com uma teoria: a “Teoria Crepúsculo”. O filme supracitado não possui uma qualidade cinematográfica muito grande em todos os aspectos (assim como a instituição debatida), mas deixando gostos e opiniões à parte, o longa revolucionou em um sentido: os jovens começaram a se interessar mais por literatura, filmes e séries televisivas de vampiros, ou seja, sobre a temática de forma geral, lendo desde Drácula de Bram Stoker a ver A Condessa (Julie Delpy, Ficção, Cor, 98min, Alemanha, 2009). O filme possibilitou que uma nova geração se interessasse e gostasse de várias outras fontes do assunto. Com o Museu da Língua é a mesma coisa. Um museu espetáculo, que muitos criticam por vários aspectos, e alguns com razão, mas que atraiu um grande público, sendo que boa parcela desses novos visitantes podem se interessar por mais e mais museus, devido a influência do Crepúsculo... digo, Museu da Língua Portuguesa!

Então, chegamos à moral da história: podemos questionar a qualidade da instituição, mas não podemos negar que ela influência boa parte do público a procurar mais museus, o que com certeza é um ponto positivo.

E porque viajar é sempre bom (ta, nem sempre, mas vamos ser otimistas com a minha tentativa artística pessoal!), embarcaremos numa experiência lúdica/trash visual mesclando imagens do Museu da Língua Portuguesa e sons do filme Crepúsculo, num resumo de impressões: 




2 comentários: