“Como os Museus têm lidado com a
suas narrativas do passado e seus acervos?” - Ao visitar a cidade de
Juiz de Fora tivemos a oportunidade de ver dois tipos de empreendimento
voltados ao turismo museologico, um memorial e um museu. Sendo o memorial vinculado a Universidade
Federal de Juiz de Fora, tendo sua narrativa baseada em um personagem
juiz-forano (Itamar Franco), carregando sua história através da política, e
outro de uma família que cria seu próprio gabinete de curiosidade, e a partir
dele edifica um museu (Museu Mariano Procópio). Duas propostas
interessantíssimas, diga-se de passagem. Nos surpreende a forma em que cada um
se desenvolve.
O memorial Itamar Franco carrega e traz a memória de um personagem caricato da cidade, que fez carreira na política, o mostrando como um homem de muitas facetas, que andava com todos, um homem de boas conexões, um bom político ativo na comunidade juizforana e na política brasileira. Além disso o memorial traz a átona a participação na construção do plano Real por meio da coleção de numismática, reforçando a presença do politico na história da economia brasileira. O acervo ainda conta com um biblioteca e uma reserva tecnica em processo de catalogação.
O memorial se mescla ao centro da
cidade, carregando um estereotipo de uma instalação com aspectos de construção contemporânea,
muitas vezes vista como inacessível a visitação- situação se apresenta por meio das palavras da educadora
contratada Laura Kasemiro (cito conversas da visita), que nos orientou sobre o
espaço - mostrando-nos as potencialidades
do acervo enquanto pesquisas sobre a história política brasileira e de Juiz de
Fora e também sobre suas potenciais problemáticas ao buscar musealizar a vida
de um político sem criar comoção entre grupos rivais (esquerda, direita,
centro...) e em acessar o público espontâneo, que muitas vezes encontra
barreira no acesso, barreiras psicológicas (por não saber que podem entrar em
um prédio que cria ares de governamental ou até mesmo pelo desconhecimento, visto
que é um acervo voltado a vida política do personagem Itamar.
Em contrapartida temos o caso do
Museu Mariano Procópio, que carrega o ar de todos os estereótipo
possíveis do que é um museu. O mesmo se localiza dentro de um parque
natural, no alto de uma montanha, como uma fortaleza. À primeira vista nos
surpreendemos com o lago, a orla, depois sobe-se uma rua de paralelepípedos que
leva até a construção, um propicio cenário de filme.
Aqui esbarramos em mais um empecilho frequento nos empreeendimento voltados a cultura no Brasil. A presente falta de "mãos" (trabalhadores) dentro de um aparato cultural. O memorial hoje conta com poucas pessoas, entre contratados e estagiários que auxiliam o memorial para existir, o que sobrecarrega os mesmos, o “jeitinho brasileiro” se torna imprescindível na prestação de serviço mantendo as portas abertas.
O que se evidencia a rotatividade de pessoas e falta de enraizamento da equipe. Caso completamente diferente do Museu Mariano Procópio que conta com uma equipe além de maior são concursados, o que extirpa a rotatividade dentro da equipe, trazendo muitas vezes o melhor conhecimento das coleções e potencialidades do acervo.
Aqui termino esse breve relato, deixando uma reflexão. O investimento do Estado brsileiro em formar trabalhadores concursados, ao=umentando o fluxo de concurso na area da cultura auxiliaria e possibilitaria uma melhor experiencia do visitante, visto que diminuiria a rotatividade das pessoas que lidam com o acervo?
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