Como parte da disciplina Museus no Mundo Contemporâneo, do curso de Museologia da Universidade Federal de Ouro Preto, realizamos uma visita técnica ao Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora-MG. O museu foi fundado em 1915, por Alfredo Ferreira Lage, que doou o seu acervo e a antiga residência familiar à cidade. É um dos primeiros museus do Brasil, reconhecido pelo seu acervo diverso e de grande importância histórica e artística para o Brasil.
Durante nossa visita, tivemos a oportunidade de sermos recebidos por todos os colaboradores do museu, desde a diretora do museu até os estagiários, que nos acompanharam em todos os momentos, desde a mediação pela área expositiva até as áreas exclusivas para funcionários, onde podemos nos aproximar mais da vivência real de uma equipe atuante no museu.
Após quase 16 anos fechado, o espaço reflete os desafios enfrentados pelos museus históricos na contemporaneidade, especialmente no que se refere à gestão do patrimônio e ao envolvimento do público com as coleções expostas. Nesse sentido, as discussões propostas em sala de aula se tornam fundamentais para entendermos a complexidade do museu enquanto instituição cultural.
No livro Consumidores e Cidadãos, Canclini questiona como o consumo cultural influencia a construção da cidadania e a participação do público nos espaços culturais. Com a crescente digitalização e diversificação das formas de consumo cultural, os museus precisam se adaptar para continuar relevantes. Já Marta Anico, em A pós-modernização da cultura, discute as mudanças na relação entre museus, patrimônio e sociedade na contemporaneidade. Segundo a autora, o conceito de patrimônio tem sido reconfigurado, deixando de ser apenas um repositório de objetos históricos para se tornar um agente ativo na formação de narrativas.
No contexto do Museu Mariano Procópio, observamos essa relação na forma como o acervo foi, segundo a equipe, selecionado especialmente para ser significativo tanto para o juiz-forano, que saudoso com a memória que tinha do museu, ansiava por rever esses objetos, quanto para quem vem em busca da sua rica coleção de arte e história do Brasil.
O questionamento que fica é: o que mais um museu histórico como esse pode fazer para se aproximar mais do seu público-alvo ou para atrair novos públicos? Como se adaptar a essa maneira mais moderna de consumir cultura? Que outras narrativas poderia trazer?
A visita técnica permitiu uma reflexão sobre o papel dos museus na contemporaneidade, onde percebemos como os museus precisam constantemente se reinventar para equilibrar sua função patrimonial com as demandas do público e as novas formas de consumo cultural, reforçando a importância da museologia como um campo de estudo que não se limita à preservação do objeto museal, mas que também atua na mediação entre o patrimônio e a sociedade, buscando caminhos para tornar os museus mais acessíveis, dinâmicos e significativos para diferentes públicos.
Segue abaixo algumas fotos que tirei durante a visita, espero que gostem!
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