A experiência no Memorial Itamar Franco e no Museu Mariano Procópio
A visita técnica orientada pela Prof.ª Ana Audebert, na disciplina Museu no Mundo Contemporâneo (DEMUL/UFOP), trouxe a oportunidade de conhecer Juiz de Fora sob uma nova ótica. Uma cidade que surpreende pela sua história e pelo acolhimento caloroso (literalmente). No entanto, o que realmente marcou essa experiência foram os museus que visitamos: o Memorial Itamar Franco e o Museu Mariano Procópio. Dois espaços que proporcionam uma imersão na cultura e na história brasileira.
Nossa primeira parada foi o Memorial Itamar Franco, um museu moderno dedicado à trajetória política do ex-presidente do Brasil. O que mais me impressionou foi a riqueza do acervo pessoal do próprio ex-presidente, que reúne documentos, fotografias, objetos e registros fundamentais para compreender momentos marcantes da República. A visita guiada foi um diferencial. A funcionária que nos acompanhou demonstrou grande conhecimento e paixão pelo museu, tornando a experiência ainda mais enriquecedora. Mesmo com uma equipe reduzida, a atenção e o acolhimento fizeram com que nos sentíssemos verdadeiramente bem-vindos.
No dia seguinte, visitamos o Museu Mariano Procópio, que nos proporcionou uma experiência distinta, mas igualmente fascinante. Situado em meio a um parque, esse museu é um verdadeiro oásis de cultura e história. Desde a chegada, fomos recebidos com extrema cordialidade, da segurança à diretora, demonstrando um cuidado perceptível em cada detalhe da visita. Seu acervo impressiona pela diversidade, abrangendo mobiliário, arte decorativa, fotografias e documentos históricos. O que mais me chamou atenção foi o acondicionamento das obras, com especial destaque para a conservação das fotografias, que estavam cuidadosamente preservadas. A montagem das exposições, por sua vez, seguia uma narrativa clara e envolvente, apresentando a história do Brasil de maneira acessível e bem estruturada.
Apesar de diferentes, os dois museus possuem pontos em comum. Ambos se destacam pelo comprometimento de suas equipes, cuja dedicação à valorização do patrimônio cultural é evidente. Além disso, contam com acervos riquíssimos: enquanto o Memorial Itamar Franco foca na trajetória do ex-presidente e no período republicano, o Museu Mariano Procópio reúne um vasto conjunto de peças que percorrem diversas facetas da cultura e da história. Em essência, ambos cumprem o papel essencial de preservar a memória e oferecer ao público uma conexão mais profunda com o passado.
A principal diferença entre eles está na abordagem expositiva. O Memorial Itamar Franco tem um viés biográfico e político, centrado na trajetória de um personagem histórico e nos documentos que narram sua atuação pública. Já o Museu Mariano Procópio possui um caráter mais abrangente, explorando distintos aspectos da cultura e da história. Suas exposições são mais diversificadas, transitando entre arte decorativa, mobiliário e registros fotográficos.
Outro ponto que diferencia essas instituições é a atmosfera de cada uma. O Memorial Itamar Franco, localizado em um edifício moderno, possui um tom mais formal e político, refletindo a seriedade do tema abordado. Em contrapartida, o Museu Mariano Procópio, inserido em um parque, proporciona uma experiência mais contemplativa, onde a natureza complementa a visita, tornando-a ainda mais agradável.
Visitar o Memorial Itamar Franco e o Museu Mariano Procópio foi uma experiência enriquecedora, que me permitiu refletir sobre as diferentes formas de narrar a história. Enquanto um nos convida a mergulhar na vida de um líder político e em um período específico da República, o outro oferece uma visão ampla e multifacetada da cultura. No entanto, ambos compartilham um compromisso essencial: preservar a memória e valorizar o patrimônio cultural. A dedicação das equipes e a riqueza dos acervos são testemunhos da importância dos museus na construção e na preservação da nossa identidade.
Algumas fotos que tirei na visita:
 |
Vista do segundo andar do Memorial Itamar Franco |
 |
Imagem da exposição sobre Murílio Hingel no Memorial Itamar Franco |
 |
Recorte da parede da remontagem do escritório de Itamar Franco |
 |
Lembrança do papel de Murílio Hengel na UNE em uma exposição sobre ele, no Memorial Itamar Franco |
 |
Fusquinha azul conversível do Memorial Itamar Franco |
 |
Vista entre livros da biblioteca do Memorial Itamar Franco |
 |
Obra de arte Menina e Moça ao lado do trecho de um poema de Machado de Assis, no Museu Mariano Procópio |
 |
Buço e autorretrato de Maria Pardos, esposa de Alfredo Ferreira Lages, filho de Mariano Procópio |
 |
Leque de autógrafos da viscondessa de Cavalcanti, no Museu Mariano Procópio |
 |
Sala de visitas do "museu-casa" anexo ao Museu Mariano Procópio |
 |
A imagem que mais me prendeu na exposição: o poema perguntas de um trabalhador que lê de Brecht, localizado no porão do "museu-casa", onde ficavam os serviçais daquela mansão, no Museu Mariano Procópio. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário