Visita ao Memorial da República Presidente Itamar Franco
O Memorial da República Presidente Itamar Franco é um local
que conta a vida política de um homem com grande espírito de liderança e um
líder carismático. Há de se notar uma modernização na criação do espaço, posto
que é um local com apenas 10 anos de história, contando com diversos recursos
tecnológicos.
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Imagem 1: maquete presente no Memorial da República Presidente Itamar Franco. |
Possui grande acervo fotográfico que ainda se encontra em
processo de catalogação, assim como materiais escritos, audiovisuais, uma
biblioteca gigantesca que pertenceu ao próprio Itamar, um exemplar do fusca
Itamar, entre diversos outros acervos.
O fusca chama muita a atenção, de acordo com a nossa guia, e
era essa a intenção que eles tinham ao deixá-lo bem na frente do Memorial,
posto que é um elemento que ainda faz parte do nosso cotidiano. Com ele naquela
posição, traz a provocação e a curiosidade de quem passa na calçada para entrar
e ver mais de perto aquele belo carro (corrigindo, acervo!), trazendo abertura para conversas sobre o todo daquele
prédio.
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Imagem 2: fusca Itamar, exposto no Memorial da República Presidente Itamar Franco. |
Visita ao Museu Mariano Procópio
Durante a nossa visita técnica ao Museu Mariano Procópio,
fui coberta por muito conhecimento e aprendizados, ao ponto de ficar até mesmo
atordoada. Os acervos são a maioria de caráter heterogêneo, no entanto, é notável
o empenho do colecionador em estudar as peças antes da aquisição, posto que a
maioria segue ou uma linha de raciocínio ou conta uma história.
Alfredo Ferreira Lage, filho de
Mariano Procópio, foi o responsável pela criação desse museu. Seu intuito, com
ele, foi “perpetuar as memórias familiar e monárquica” (imagem 1), formando
diversos acervos históricos, científicos e de cunho artísticos. Os acervos
históricos são repletos de elementos da Coroa Portuguesa, reforçando o caráter
monárquico de Ferreira Lage (imagem 2).
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Imagem 2: fusca Itamar, exposto no Memorial da República Presidente Itamar Franco. |
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Imagem 4: No centro da imagem se encontra um capacete da Imperial Guarda de Honra de D. Pedro I. |
Relação com o texto de Marta Anico
A característica em comum de ambos
os museus é que, antes de se tornarem públicos, eram propriedades de somente um
indivíduo. No caso do Memorial, a consequência de sua patrimonialização foi a
morte de Itamar Franco. Do Museu, a doação concedida pelo próprio Alfredo
Ferreira Lage em 1936. Em suma, ambos deixam de ser de cunho pessoal e passam a
representar a história do Brasil por conter elementos materiais cruciais para a
representação e preservação dela.
Ademais, é possível notar, com um olhar mais técnico para os acervos apresentados, a tentativa de simulação da vida e contextos históricos nos dois ambientes, principalmente no Museu Mariano Procópio. Muitas das peças posicionadas e refeitas para aparentar serem daquele espaço e época (imagem 3), assim como uma pequena ala do Memorial, onde estão móveis do escritório de Itamar Franco (imagem 4). É importante ressaltar que essas simulações são deixadas bem claras nos textos explicativos ao lado dessas alas dos museus e falado pelos guias, o que por vezes não acontece em outras instituições, trazendo um ar de autenticidade ao que está ali somente representado.
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Imagem 5: sala de música do Museu Mariano Procópio. |
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Imagem 6: móveis que pertenciam ao escritório de Itamar Franco. |
“Esta problematização do passado como algo nostálgico é
demasiado simplista e redutora” (ANICO, 2005). Gostei muito desse trecho do texto de Marta
Anico e creio encaixar muito bem aqui. Durante nossa visita ao Memorial, o
diálogo foi muito exaltado como fundamental no espaço de um museu. Concordo
grandemente com a afirmação de que os museus precisam ser espaços de diálogo,
de opiniões, de fazer ciência, de movimento e é isso o que vemos crescer no
ambiente desses dois museus, muito mais forte no Memorial, é claro, mas com certeza
vem se ambientando no Museu Mariano Procópio.
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