Não estive presente na visita e fiquei pensando muito em como comentar a experiência de
algo que não vivenciei, me esqueci que na arte sempre tem um fio interligando tudo.
Percebi então que a exposição “Antônio Obá: Revoada” presente na pinacoteca de São Paulo
e a exposição “Negros na Piscina” instalada na pinacoteca do Ceará, conversam passado e futuro, com as
discussões presentes, trazendo um questionamento feito em aula do que significa ser contemporâneo,
nada mais do que viver o agora em todos os sentidos.
A obra de Obá se apoia na rememoração histórica, ressignificação e ensinamento,
trata o ser na infância (nesse caso pelo olhar do artista racializado) não como
incapaz mas sim agente transformador do seu próprio tempo, construtor da realidade,
capaz de realinhar a própria posição no mundo e ensinar seus semelhantes.
Negros na piscina me apresenta esses corpos ja crescidos e atuantes no tempo espaço,
são retratos do cotidiano dos mesmos, tendo acesso ao lazer e educação que foram negados.
Os dois atos são retratos de subversão, de alcance da autonomia roubada, o mais contemporâneo
dos debates, a construção de um espaço misto com a individualidade plural.
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