São Paulo foi uma grande surpresa e um choque de realidade, foi uma aventura que transcendeu as expectativas. Em meio à imponente selva de pedras, encontrei uma cidade pulsante, onde a arte e a cultura permeiam cada esquina. Os museus, tanto os que preservam a história quanto os contemporâneos, se tornam refúgios de contemplação e reflexão entre as buzinas e a vida corrida, ao longo das visitas aos museus diversas sensações e sentimentos foram despertados, os quais eu realmente não esperava vivenciar.
No Memorial da Resistência de São Paulo, deparei-me com o que restou de seu espaço carcerário, composto por 4 celas, o corredor principal e o corredor do banho de sol, um pedaço do passado que ecoavam as vozes daqueles que lutaram contra a opressão. Ali me emocionei bastante com as cartas ali expostas, uma em questão me marcou bastante, onde uma criança relatava como era os seus dias para o seu pai, desde os detalhes mais simples, até os que ele julgava ser importante, como sobre a sua pipa, e sempre perguntando "Quando você vem?"
No Museu de Imagem e Som (MIS), a experiência imersiva desafiou minhas expectativas. Eu esperava uma jornada "leve”, mas fui envolvida por uma atmosfera densa e intrigante de um filme de terror. Cada projeção e cada som estimulavam meus sentidos. Foi a minha primeira vez em uma exposição imersiva e foi uma experiência que com toda certeza ficará marcada para sempre.
Já no Museu de Arte de São Paulo (MASP), pude contemplar obras que haviam povoado minha imaginação desde a infância. Contemplar de perto a obra “Os Retirantes” de Portinari foi como reencontrar um velho amigo, a mesma esteve muito presente em minha vida desde quando eu era pequena, através dos livros e também das aulas de artes na FAOP.
Enquanto eu estava ali observando o espaço em geral, uma figura singular capturou minha atenção: uma senhora imersa na contemplação das obras, indiferente a toda agitação dos estudantes com seus celulares e câmeras, querendo garantir uma boa selfie/foto para postar em suas redes sociais. O seu olhar atento, sereno e ao mesmo tempo curioso revelava uma conexão com a arte, havia ali uma observação silenciosa que transcendia o tempo e o espaço.
Ao longo de toda a visita percebi a diversidade de público que frequentam os museus, cada um encontrando significados e inspiração de maneiras únicas e particulares. A visita técnica a São Paulo foi uma imersão profunda na arte, na história e na diversidade humana, uma jornada de autoconhecimento e descoberta, onde cada obra de arte me convidava a mergulhar mais fundo em minha própria história e identidade, tanto no passado quanto no presente.
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