Na visita técnica em São Paulo que a turma de museus no mundo contemporâneo realizou, muitas questões vieram a tona sobre o modo de se construir uma nova narrativa que quebram com os paradigmas dos museus tradicionais. Uma dessas exposições foi a "Histórias Indígenas" do Museu de Arte de São Paulo, que se caracteriza por expor obras de artistas e curadores indígenas de várias etnias do mundo inteiro.
Foto tirada da exposição Histórias Indígenas do MASP
Em sua maioria, quando vamos falar sobre uma minoria que sofre com preconceito e violências, temos a tendência de falar somente sobre a violência sofrida por esse grupo, muitas vezes esquecendo de retratar sua força, sua riqueza cultural e sua espiritualidade.
A exposição contrapõe esse ponto, em seu primeiro módulo ela trata sobre os grupos de resistência e a luta do povo, mas ela não se limita a falar somente de suas lutas, os outros módulos se expandem para assuntos como, alimentação, relações familiares, religiosidade, linguagem, poder político e espiritualidade. Sendo assim o visitante tem não só apenas uma noção da resistência dos povos representados, mas também tenha noção da cultura e de seu modo de vida.
Cada poço retratado cria uma curiosidade a mais no visitante, seja pela curiosidade sobre as artes de deserto de pedra da Austrália, seja pela espiritualidade e religiosidade complexa dos povos Maori, essa exposição é de resistência cultural, resistência religiosa, resistência alimentar. De forma bem trabalhada ela provoca o visitante e o aproxima das relações com aqueles que produziram as obras.
Portanto, uma exposição como essa é a esperança de dias melhores e mais inclusivos nos museus, um modelo que deve ser seguido, para que grupos não sejam associados apenas a sofrimento e violências, mas sim associados a uma cultura linda e rica e que deve ser preservada, pois esse é o papel dos museus na nossa sociedade.
Fotos tiradas na exposição "Histórias Indígenas" do MASP
Por: Gabriel do Carmo Guthier
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