Hospital Colônia, uma barbárie em Barbacena
"Uma barbárie que nem tem como mensurar,e
Uma parte da história difícil de recordar.
Pessoas tratadas pior que bicho,
Seres humanos jogados como lixo.
Pessoas com e sem doenças mentais largadas lá,
Tratados como escória que alguns queriam ignorar.
E pensar que meu tio José Pires foi interno desse hospício,
Saudade, horror e o descaso seus algozes desde o início.
Hospital Colônia, Holocausto Brasileiro,
Esse pedaço da história envergonha o povo mineiro.
Barbárie, crueldade, sofrimento de inocentes,
Meu tio saiu de lá mas as sequelas ficaram presentes."
(Rosalina Lopes Pires Fialho)
A poesia acima descreve um caso real, cedido gentilmente pela Rosalina, que teve um tio como paciente no Hospital Colônia de Barbacena em meados dos anos 50, o que a inspirou descrever desta forma como seu tio fora tratado dentro desse hospital e retirado pela família ao saber o que ocorria lá dentro, que se aplica às discussões sobre o Museu da Loucura. A instituição apresenta o ápice de todo o contexto da poesia, visto que é um espaço de muita reflexão e possibilidades de leitura. Tudo que denota a natureza humana e traz consigo questões sobre a memória traumática, reflete uma aura dos objetos com menos visão técnica e mais sobre sensibilidade. Ou seja, a emoção acaba sobressaindo-se em relação à razão, e possibilidades de leituras mais amplas se perdem.
Entretanto, há detalhes que são mais obscuros e não relatados, devido até pelo teor da barbárie apresentada, como o próprio nome de “Museu da loucura”, este não traz a memória da loucura como um todo, mas sim um recorte sobre determinado período sombrio do hospital psiquiátrico Colônia de Barbacena-MG.
Portanto, todo o contexto trazido até mesmo durante a mediação, desde os métodos de tratamento até o ócio dos pacientes, revela traços do que o Museu mostra em detalhes com seu acervo, todo ele inclusive do próprio Hospital Colônia.
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