a tradição das visitas técnicas

No inverno de julho de 1945, quando as moças e senhoras costumavam usar chapéus em roupas de passeio e os homens trajavam ternos à rua, a turma do Curso de Museus do Museu Histórico Nacional/RJ excursionava para a cidade de Ouro Preto em Minas Gerais. O grupo de 19 pessoas veio de trem numa viagem que durou 16 horas. Durante a permanência de uma semana visitaram também as cidades de Mariana, Congonhas do Campo e o então arraial de Ouro Branco.

Passados 68 anos, o Curso de Museologia da UFOP mantém a tradição das visitas técnicas iniciada pelo Curso de Museus. Todo semestre o DEMUL se reúne para discutir e aprovar os roteiros de viagens das disciplinas que possuem visitas previstas em suas ementas. Em geral, os estudantes organizam a hospedagem, na busca de conforto, higiene, bom preço e localização. Os professores, claro, responsabilizam-se pela elaboração dos roteiros detalhados, agendamentos, relatórios posteriores, avaliações e ainda por todo o aspecto operacional de deslocamento.

Em meio à transitoriedade do mundo contemporâneo as visitas técnicas permanecem uma boa tradição que nos orgulhamos em manter devido à sua importância como recurso pedagógico.

Este blog cumpre, pois o objetivo final de avaliar os estudantes em suas visitas aos museus. Suas postagens são registros, narrativas e leituras da experiência vivida, um diário coletivo, dinâmico, crítico, quiçá, divertido.

Tenham todos uma boa leitura e uma boa viagem!

Prof.ª Ana Audebert


domingo, 15 de agosto de 2021

 

Movimentos Sociais: o embrião da Sociomuseologia!

“A Sociomuseologia traduz uma parte considerável do esforço de adequação das estruturas museológicas aos condicionalismos da sociedade contemporânea.” Mário C. Moutinho



Fonte: <arte e Cultura - Museologia UNIFASE - Jan. 2015> 


Fonte: fotos de autoria própria

O Museu da Maré se iniciou através dos próprios jovens da comunidade que engajados no projeto da TV Maré e Rede Memória Maré, tiveram contato com relatos e histórias desconhecidas até então, surgindo a vontade de repassar outra visão da favela, diferente da que muita das vezes vista na mídia. Instalado em uma antiga fábrica de navios, o museu possui como plano museológico a transmissão da memória local, a celebração da vida e a transformação. Tornando assim o museu acima de tudo, um espaço de encontro de diversas classes.

“Esse é o nosso museu.

Ele não é um lugar para guardar objetos e cultuar o passado.

Aqui é um lugar de vida.

Se a vida se conta pelos anos, dias e horas, nos relógios e calendários,

nesse museu ela é contada por tempos, onde nada esta acabando,

tudo está em transformação.

Passado, presente e futuro convivem nos tempo da agua,

Da resistência, da casa, do trabalho, da criança...

São 12 tempos, como são 12 as horas do relógio e os meses do ano.

Tempos construídos a partir do lugar e da vida.

(...) Aqui, onde muitos só enxergam a violência,

nasce uma nova maneira de contar os tempos da cidade,

a partir do diálogo, da troca e do respeito à diversidade cultural

. O Museu da Maré é um convite para a construção desse novo tempo.”

Cartaz da Exposição: " É tempo de Maré"

 

 A linguagem museográfica da exposição permanente, repassar essa mensagem por meio dos objetos doados pelos próprios moradores e organizados por 12 tempos: tempo da água; da casa; da migração; da resistência; do trabalho; da festa; da feira; da fé; do cotidiano; da criança; do medo; e o tempo do futuro. Além da exposição permanente, há outros programas e ações que abrangem o núcleo do museu, sendo elas: educativas, lúdicas, pesquisas, organização dos acervos documentais, biblioteca e realizações de outros eventos tais como seminários, oficinas e exposições itinerantes.


Fonte: Museu da Maré. Disponível em: <Museu da Maré | MUSEUS DO RIO.COM.BR>. Acesso em 15 de Ago de 2021.


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